são tempos secos esses, rapaz!
estiagem de palavra.
dá nem prosinha, mirradinha que fosse.
os versos tão tudo verde. do suculento mesmo, só adiante, quando madurar.
ainda num aprendi a contar o tempo fora do relógio.
o tempo do rio é um, do menino pequeno outro, das ararinhas-azuis um terceiro um tanto diferente.
o dos versos então ...
o homem de chapéu e paletó me ensinou a juntar tudo no relógio: ponteiro-ponto-traço.
quero desaprender!
só assim posso nadar no rio, brincar com o menino e voar com as ararinhas-azuis.
e, enfim, escrever poemas.