quinta-feira, 23 de maio de 2013

porto inseguro

abrigo dos sofrimentos já conhecidos
das incertezas velhas de guerra
onde vive o amor que não vacila
mesmo que mude de cara, de tara, de cidade.

cambiante, mas da confusão semelhante
que ainda mexe por vezes com a sanidade da gente.
a gente que anseia pelo mar imenso
pelo contra-senso
por nova corrente.

não era isso que queria
na mais profunda fantasia
se deleitar com o coração em pulso
na mão, na boca?
mas por vezes rouca
o medo não faz o amor expulso,
através da garganta, em grito apaixonado.
oscila entre o mar e o porto, um pouco de risco, um pouco de conforto
de porto inseguro já mapeado.















sábado, 18 de maio de 2013

Debruçada no parapeito da janela acompanho seus passos ainda próximos do portão. Aguardo o momento em que voltas seus olhos para cima e encontra meu sorriso que já quase não se sustenta mais. Enquanto te movimentas para retornar ao teu caminho, minha boca vai ficando disforme e meus olhos pesados de lágrimas. Não quero que me vejas chorar. Se seguem dias de melancolia. Nunca entendi como em tantas despedidas consegui conter meu ímpeto desesperado de correr atrás de ti e não te deixar se afastar nem mais um passo de mim. Talvez porque tenhamos medo do que seria de nós se tu não fosses embora. Conforta-me mais o medo de que não retornes.