de tempo em tempo
vem aquele tempo
de ser ninguém
que brota bem de dentro.
tempo de largar malas prontas e sair de mim só com a roupa do corpo.
ou sem ela.
ser atingido por outras tempestades.
enterrando passos, riachando mãos e nucas, costas descendo em cachoeira.
aninhados passarinhos, quentinhos de sol e frescos de sombra.
coloridos até de cinza.
comendo minhoca, vida descendo goela abaixo.
sair da toca
morar na oca
comer mandioca
dá pra imaginar? fazer festejo pro sol até o sol raiar.
sábado, 28 de julho de 2012
terça-feira, 24 de julho de 2012
estou doente.
a doença do pavor e do desespero me devorou mais do que a da carne.
pras doenças de hoje, os remédios da castração.
a moral que me adoece.
não quero me desviar dos riscos reais, mas até que ponto eles são os reais riscos?
o tempo todo se protegendo, se mantendo intacto da vida, pra morrer limpo.
cheio de sujeira debaixo do tapete.
às vezes me sinto em estágio terminal desse mal moral e acho que só resta me exilar, me refugiar nos livros ou no meio da mata densa.
mas não acho que o bom comportamento seja a cura dessa doença.
a doença do pavor e do desespero me devorou mais do que a da carne.
pras doenças de hoje, os remédios da castração.
a moral que me adoece.
não quero me desviar dos riscos reais, mas até que ponto eles são os reais riscos?
o tempo todo se protegendo, se mantendo intacto da vida, pra morrer limpo.
cheio de sujeira debaixo do tapete.
às vezes me sinto em estágio terminal desse mal moral e acho que só resta me exilar, me refugiar nos livros ou no meio da mata densa.
mas não acho que o bom comportamento seja a cura dessa doença.
quinta-feira, 12 de julho de 2012
como gostasse de sentir saudades
afastou-se do presente
e assistiu-o de longe.
achou o que inventava mais bonito.
a memória do que viveu um dia era sua obra-prima.
coisa fina!
o tempo não podia corroer.
aquele choro sem som de tristeza em dias chuvosos não poderia molhá-la
assim como o suor de um dia inteiro de amor rolado na cama não a deixaria salgada.
a reluzente pele morena totalmente exposta em sol radiante não a cega.
o leve toque na nuca desembocado em gostoso cafuné não a arrepia.
o cúmplice silêncio não pode se fazer ouvir.
permanecerá para sempre impenetrável à toda doçura de viver.
afastou-se do presente
e assistiu-o de longe.
achou o que inventava mais bonito.
a memória do que viveu um dia era sua obra-prima.
coisa fina!
o tempo não podia corroer.
aquele choro sem som de tristeza em dias chuvosos não poderia molhá-la
assim como o suor de um dia inteiro de amor rolado na cama não a deixaria salgada.
a reluzente pele morena totalmente exposta em sol radiante não a cega.
o leve toque na nuca desembocado em gostoso cafuné não a arrepia.
o cúmplice silêncio não pode se fazer ouvir.
permanecerá para sempre impenetrável à toda doçura de viver.
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