por não saber de exato o início
o tamanho desse tempo é mistério.
pelo peso que faz acho que deve ser comprido o bastante
largura de elefante.
o pé arrastado, descalço
num passo em falso
foi fisgado na armadilha
aprisionado na engrenagem
que calcula o tempo exato
que seu braço fraco
leva pra fazer cem pares de sapato.
em outro tempo estava bem
descansado e com a família.
crocodilagem!
pura pilantragem!
cem pares de sapato não valem um quilo de dignidade.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
rap duzíndio na cidade
Saca esse índio maroto
todo escroto
jogado na praça
Olha esse índio malandro
com cara de santo
e fedendo a cachaça
Porque que não volta pro mato
o lugar exato de onde ele veio
E deixa a cidade pro branco
tirar seu sustento e fazer seu passeio
esse cara de cara achata e olho apertado incomoda bastante
talvez seja o peito de aço, a força no braço e a coragem errante.
resiste à miséria, ao racismo
e a toda essa treta de copa do mundo
consegue até rir da desgraça
mas não disfarça o desgosto profundo.
e sente saudade do mato, do rio
da casa, mulher e do tio
mas do mato de um tempo distante
porque o de hoje já está por um fio
no meio de soja e de boi
fica difícil uma vida decente
frente à ameaça constante
como garante
a vida dos parente?
ficar já não pode
voltar já não pode
por vezes bate a maraca
e canta sozinho canto ritual
pra lembrar das lições dos antigos
e tentar manter a sanidade mental
espera o tempo que corre
trampando no sol
de janeiro a janeiro
a poesia da luta diária
presente na vida de um grande guerreiro
todo escroto
jogado na praça
Olha esse índio malandro
com cara de santo
e fedendo a cachaça
Porque que não volta pro mato
o lugar exato de onde ele veio
E deixa a cidade pro branco
tirar seu sustento e fazer seu passeio
esse cara de cara achata e olho apertado incomoda bastante
talvez seja o peito de aço, a força no braço e a coragem errante.
resiste à miséria, ao racismo
e a toda essa treta de copa do mundo
consegue até rir da desgraça
mas não disfarça o desgosto profundo.
e sente saudade do mato, do rio
da casa, mulher e do tio
mas do mato de um tempo distante
porque o de hoje já está por um fio
no meio de soja e de boi
fica difícil uma vida decente
frente à ameaça constante
como garante
a vida dos parente?
ficar já não pode
voltar já não pode
por vezes bate a maraca
e canta sozinho canto ritual
pra lembrar das lições dos antigos
e tentar manter a sanidade mental
espera o tempo que corre
trampando no sol
de janeiro a janeiro
a poesia da luta diária
presente na vida de um grande guerreiro
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Assinar:
Postagens (Atom)