domingo, 24 de novembro de 2013

eu queria tentar um dia
eu e tu
lado a lado
pra ver como seria.

bem de pertinho
de carne e osso
ia ver eterna poesia
virar carne de pescoço.

mas também ia ter amor
e abraço
e descompasso
e cansaço
vontade de sumir sozinho
no tempo e no espaço.

e mais amor
brisa macia
cheiro de flor
melancolia

ia ver saudade
virar homem.
 


o mundo é pesado, bro
quem é que aguenta
a tortura, a tormenta
a mão que senta
na cara
cheia de ódio
no trabalho ou no rolê
por que você?
vai na praia fazer o corre e ver o mar
vendo os playboy e as mina
de pouca roupa
marcando touca
cheio de grana na bolsa
e por que não?
nós aqui suado, sem nenhum tostão
querendo um tênis novo ou fumar um do bom
o primeiro chegou discreto
metendo a mão, passando reto
depois juntou dois, três, quatro
tanto preto assim, no Leblon, é assalto!
corre pro lado, pro outro
levanta areia
e gritaria
em pleno feriado, ao meio dia.
chegaram os hômi
a cabeça frita
os parcero some
a playboyzada grita
numa bandada
é derrubado, espancado, humilhado, assassinado
na praia ou na esquina
da Ataulfo de Paiva com Aristides Espinola.
os aplausos pra eficácia do PM que chega
tiro certeiro.
no dia da consciência negra,
mais um pouco de navio negreiro.



quarta-feira, 20 de novembro de 2013

vim pra casa da desaparição das palavras que vivem aqui há milênios, quando todo o espaço, nos deixando bem mais assustados do que maravilhados, matando outros os sentidos sejam a vida descendo goela abaixo.

domingo, 17 de novembro de 2013

a chuva chora um mundo dentro de mim.

anuncia o fim da estação.

em natureza circular

fins e começos se encontram no mesmo lugar.