terça-feira, 26 de março de 2013

me chame de novo praquele samba
dessa vez eu vou!
naquele dia tinha dentista
naquele outro faltou dinheiro
mas não desista
que dessa vez
não há canal ou fim de mês
que me afaste do pandeiro.

senti que a roda sentiu minha falta
sorriu gostoso quando cheguei
mas que saudade daquele asfalto
da noite quente, do canto alto
sorri de volta e me aconcheguei.

se ela soubesse dos tantos sambas que cantei sozinha
desejando ainda que uma só notinha
fizesse a bondade de me acompanhar
saberia então que esse coração
feito em mil pedaços na solidão
só se faz inteiro nesse lugar.

quinta-feira, 14 de março de 2013

sentados na sala da casa aqui de niterói eu e meus pais conversamos.
até que surge um senhor, magro, moreno de camisa azul escura e bigode e cabelos grisalhos.
falo do senhor com eles mas eles não conseguem vê-lo, começo a ficar nervosa porque só eu o vejo.
o senhor desaparece e aparece uma senhora gorda, de cabelos brancos, óculos com um vestido florido sentada na poltrona. nada. ninguém a vê também. a agonia só aumenta.
eis que minha vó surge na sala, senta na poltrona e começa a reclamar com a velha, mandando ela chegar pra lá e dizendo que ela ocupa muito espaço.
começo a gargalhar e a abraçar minha vó, feliz porque ela, assim como eu, vemos a velha.

um pouco antes no sonho enquanto aguardo um resultado de um exame que não sei nem se enviei todos ficam tentando me colocar numa maca, dizendo que não sinto minhas pernas, quando sinto apenas algumas dores de cabeça.

entre um sonho e outro ou não sei bem em que momento da noite, gustavinho aparece pra mim também com uma camisa azul marinho, mas com uma cara meio assustadora, que não era a dele.
sentada à porta da casa, do lado de dentro, no meio da ladeira
a porta aberta te vejo passar de boné, sentido: descendo.
mistura de raiva e nervoso, saio pra falar contigo
fica meio sem graça, me beija, pega na minha mão e diz que vai me mostrar uma coisa incrível
começamos a subir a ladeira e passamos por um lugar que já passei em outro dia, outro sonho
o lugar de uma festa estranha e de temos andando por uma rua deserta fugindo não sei de que, mas isso não vem ao caso.
o lugar muda, subimos, já à noite e chegar em um espaço aberto que lembra o parque do chacrinha.
digo que já conheço e você me aponta um castelo/torre enorme lá em cima, no meio das nuvens que nunca tinha visto. como nunca reparei? fico maravilhada.
os olhares voltam pra baixo, pro parque e vemos uma cutia. algumas. parece meio brava com alguma coisa
decidimos descer as escadas e sair do parque.
você um pouco nervoso começa a andar, quase correr e o bicho a te perseguir
as escadas agora estão em um espaço fechado ainda a caminho da saída.
falo pra você se acalmar porque se continuar correndo os bichos vão correr atrás de você.
toma uma lanhada de uns gatos de rua que seguem o mesmo caminho que nós.
com você mais a frente, de uma hora pra outra aparece um garoto magro, sem camisa e começa a andar meio atrás meio do meu lado. fico um pouco apreensiva e te grito pra você me esperar.
umas duas vezes, até que você diminui o passo, se acalma um pouco e pega minha mão.
agora quem está nervosa sou eu, com medo, louca pra sair logo dali.
continuamos descendo e o menino anda ainda meio atrás meio do nosso lado.
quando finalmente a porta azul chega (lugar que também parece com outro sonho que já tive) abrimos pra sair e o menino tenta nos fechar lá dentro, mas conseguimos sair espremidos pela frestinha que tinha.
vamos caminhando pra casa e você diz que vai visitar Letícia, uma amiga sua.
e eu acordei.

quarta-feira, 13 de março de 2013

já pode sorrir, não brincamos mais de sério.
a brincadeira ficou séria e achei melhor parar por aqui.
só quero meio metro de corda pra dar pro meu papo furado.
uma gracinha pra lá, um duplo sentido pra cá.
cerveja e vestidinho curto em uma terça-feira despretensiosa.
aproveitar enquanto ainda é verão!
brincar de fingir que não sabe que vai beijar
e ir se encostando devagar, até que não dê mais pra prolongar
e nem queira mais.
aí beija, beija com boca, mão, olho, pescoço, nariz, orelha
gargalhando de tesão até a última centelha.





domingo, 10 de março de 2013

quando conheci Manoel ele era ainda criança
e desde então só foi desfazendo anos.
foi ficando cada vez menor, do tamanho das coisas de que ele tanto gosta.
daí foi um pulo para escutar como as pedrinhas jogadas no rio pelos outros meninos.
tô sempre tropeçando nele e sempre caindo de amores.

domingo, 3 de março de 2013

se o instintivo é o que cabe a todos
a poesia é a diversidade inscrita nos corpos.