sábado, 28 de julho de 2012

manoel de mim

de tempo em tempo
vem aquele tempo
de ser ninguém
que brota bem de dentro.

tempo de largar malas prontas e sair de mim só com a roupa do corpo.
ou sem ela.
ser atingido por outras tempestades.
enterrando passos, riachando mãos e nucas, costas descendo em cachoeira.
aninhados passarinhos, quentinhos de sol e frescos de sombra.
coloridos até de cinza.

comendo minhoca, vida descendo goela abaixo.

sair da toca
morar na oca
comer mandioca

dá pra imaginar? fazer festejo pro sol até o sol raiar.



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