terça-feira, 12 de julho de 2011

Aquelas folhas verdes me chamaram a atenção.
Quando passo, me fitam com saudosos olhos enrugados.
O verde ficou velho, meio amarelado pelo tempo.
O tempo corria na mesma velocidade da bicicleta rosa, tão miúda, que há muito tempo deixou de correr. Mas o tempo não parou. E engoliu não só as folhas da árvore, mas muitos pensamentos.
Alguns foram de mais fácil digestão. Outros, acho que ficarão ainda por um bom tempo circulando no sangue dos vasos que irrigam a mente.
Ó vasos, por que não me agraciam só com flores?
Por que não me lembro de anos inteiros e frações de segundo não me saem da cabeça?
Que peso tem as palavras e o insuperável ruído da comunicação.
Palavras de toneladas viram plumas ao chegar a outros ouvidos. Outras mais leves que o ar perfuram almas como meteoros na terra.
Me enlouquecem!
Se deixa a cabeça solta pode-se até mergulhar nas ondas sonoras que avançam levando cada pequena sílaba no seu embalo hipnótico e que chegam à beira da mente do outro. Mas mesmo com toda a destreza rítmica das ondas, se embaralham quando quebram em seu destino. E voltam desordenadas. Causando um vaivém eterno de incompreensão.
Ah, que torre de babel seria conviver se as ondas só carregassem palavras. 

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