domingo, 3 de julho de 2011

Metamorfose

Virou bicho. Andava pelo meio da mata e se achou tão pertencente a aquele lugar que, de repente, seus braços e pernas viraram patas. Ganhou asas. Ahh, as asas. De passarinho, de borboleta. “E os humanos se acham tão especiais!” – pensou. Pela primeira vez se viu em um mundo onde podia ver a existência caminhando livremente para fora do seu próprio eu e sendo compartilhada com os outros. Isso era feito por todos. Cada um dava a sua existência aos demais formando um enorme emaranhado de “eus”, onde eu já não mais existia. Todos se embrenhavam pelos nós. Nós era o que havia.

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