quarta-feira, 4 de março de 2015


é longe das portas automáticas
trancas claustrofóbicas
paredes estáticas
rotinas asmáticas
que se encontra a rua
nua
crua
a verdade dos fatos
em confetes e farrapos
bem diferente da tv a cabo.

atravesso

e nos encontros inimagináveis
em cada esquina
converso.

minutos de fôlego
que nos salvam do afogamento
neste mar imenso
de invisibilidade.

passo por avenidas
túneis e viadutos
e escuto
a voz que vem dos muros
em cinza ou em cores
os prazeres e as dores
de quem vive num nível mais profundo
do que é estar no mundo.

na rua
os salvadores
conhecem o peso de suas cruzes
mas nunca as carregam sozinhos
o choque dos corpos
é a vida em erupção
plena de potência e desconstrução
para abrir novos caminhos.





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